sábado, 19 de novembro de 2011

Livro "O silêncio da água" - José Saramago

Querida Joaquina (adoro esse nome!),

Fiquei maravilhado quando vc me ofertou esse lindo livro no amigo secreto, por termos compartilhado nossas vivências durante o Curso de Formação "Projeto entorno - em busca de novos leitores". O mais incrível, que tempos atrás falávamos sobre Saramago ter escrito apenas um livro infantil "A maior flor do mundo". Ao encerrarmos a nossa formação, cada qual deveria levar um livro para presentear um(a) amigo(a) secreto(a) a ser sorteado(a) no mesmo dia. Que surpresa! Joaquina ter tirado o meu nome. Pulamos de alegria... Vc é uma graça de pessoa.

Agora, não é apenas um livro infantil.


Em uma tarde silenciosa, um garoto vai pescar à beira do Tejo e é surpreendido por um peixe enorme que lhe puxa o anzol. Infelizmente, a linha arrebenta, deixando-o escapar. Ele corre até a casa dos avós, com a esperança de voltar, rearmar a vara e “ajustar as contas com o monstro”. Descubra vc mesmo o que esse menino vai resolver.

           

Linda Exposição "Carlos Scliar, da reflexão à criação" - Pão e Rosa para Todos.

Amigos,

Não deixem de visitar essa exposição encantadora do grande artista Carlos Scliar (1920-2001) que está  na Caixa Cultural São Paulo. Av. Paulista, 2083, que permanecerá até  08 de janeiro de 2012. Ali reúne aproximadamente 100 obras, entre gravuras, cerigrafias e óleos, além de capas de livros, discos, cartazes, revistas etc, que procuram estabelecer um elo entre a vida e a obra do artísta, um dos mestres da arte moderna no Brasil e sua marcante obra gráfica, realizada ao longo de seis décadas.






sábado, 12 de novembro de 2011

"A Pele que Habito - filme de Almodóvar

Em A pele que habito, por trás da complexa trama, Almodóvar traz uma complexa discussão que discorre no jogo do presente ao passado e do passado ao presente.  Marcas que ficam impressas em nossas vidas, como paixões, afetos, conquistas, perdas, liberdade, frustações, recalques, ódio, viganças, perdão... Tramas que rodeiam nossa conciência e o subconsciente, muitas delas são sentidas pelo corpo e alma. Dependendo do estágio de "evolução" que cada um se encontra, podemos elaborar recursos cognitivos e emocionais para superar situações que torna a vida agradável. Ninguém gosta de perder quem nós amamos.  E no geral, não temos controle dessa ausência (a morte). A ciência cada vez mais vem se debruçando pela longevidade humana. Basta observármos os avanços nutricionais, cosméticos, cirúrgicos, esportivos, etc. Porém esses avanços não têm acompanhado as questões filosóficas e humanas sobra a Vida e a Morte. Almodóvar no filme,  coloca as questões limites e as possibilidades de superá-las (algumas impossíveis), como a busca do homem pelo controle sobre a vida, na tentativa eternamente frustrada de evitar a morte e alcançar a eternidade, expondo os instrumentos das ciências e tecnologias  a chegarem a níveis extremos de evolução, como a criação de um novo corpo a partir da genética e dar sentimentos à alma. Qual é o preço que pagaremos pela ciência e pela tecnologia na busca de tornarmos seres perfeitos? seres enternos fisicamente? sentimentos controlados pelo Manual "Homem não Facassa" - é proibido errar?
O filme propicia-nos às reflexões das inúmeras dimensões que a atual sociedade nos impõe, representadas pelas personagens da trama, objetos, tempos e espaços. Não deixe de conferir!

Sinopse:

Roberto Ledgard (Antonio Banderas) é um conceituado cirurgião plástico, que vive com a filha Norma (Bianca Suárez). Ela possui problemas psicológicos causados pela morte da mãe, que teve o corpo inteiramente queimado após um acidente de carro e, ao ver sua imagem refletida na janela, se suicidou. O médico de Norma acredita que esteja na hora dela tentar a socialização com outras pessoas e, com isso, incentiva que Roberto a leve para sair. Pai e filha vão juntos a um casamento, onde ela conhece Vicente (Jan Cornet). Eles vão até o jardim da mansão, onde Vicente a estupra. A situação gera um grande trauma em Norma, que passa a acreditar que seu pai a violentou, já que foi ele quem a encontrou desacordada. A partir de então Roberto elabora um plano para se vingar do estuprador.

A Pele que Habito - Cartaz

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Diva "Alcione" (sempre Marrom!!)

Dia 28/10/2011 tive a felecidade de estar bem perto da Diva Alcione na Casa de Show HSBC (antiga casa Tom Brasil), na qual comemorou seus 40 anos de carreira com o título "Duas Faces". Sua linda voz é comparada ao vulcão Vesúvio, quando entra em erupção toma conta de tudo que o cerca. Assim, ela tomou conta de todos os meus póros, do aumento da íris dos olhos e da pulsação do coração.
Marrom trouxe consigo todas as matizes do beija-flor pousado nas flores "rosas". Os movimentos das asas do beija-flor eram comparados aos sons da linda escola de samba "Mangueira", que aliás graciou o público com a bateria dessa escola no show.
Cantou 25 músicas, incluindo canções em espanhol, italiano e francês.
Ao despedir do público colocou um lindo colar de flores ornamentando seu coração e uma linda coroa na cabeça com as mais lindas pedras reluzindo toda a casa em harmonia com as luzes do palco e sua própria luz que construiu ao londo dos 40 anos de carreira.


Por que Duas Faces?

"Há exatos dois anos, em 16 de outubro de 2009, Alcione estreou em São Paulo (SP) Acesa, show que representou upgrade na carreira da cantora nos palcos por diluir os habituais excessos da intérprete em cena sem prejuízo de sua espontaneidade. Duas Faces - show que celebra os 40 anos da Marrom - trilha esse mesmo bom caminho, a julgar pela estreia nacional da turnê, em apresentação que lotou a casa Vivo Rio, no Rio de Janeiro (RJ), em 15 de outubro de 2011. No show baseado nos repertórios dos dois CDs/DVDs que compõem o projeto duplo Duas Faces, Jam Session (já nas lojas) e Ao Vivo na Mangueira (a ser lançado em breve), Alcione dispensa os bailarinos recorrentes em seus povoados espetáculos. Até mesmo o cenário - composto por alguns lustres - também é mais clean. O foco principal repousa sobre o canto. Como a voz se mostrou em boa forma na estreia, a opção por certa sobriedade resulta acertada. Em roteiro generoso que totaliza 30 músicas, entoadas com o popular padrão estético da Banda do Sol, Alcione mostra sem pudor sua face mais conhecida hoje em dia, a da cantora de estilo explode coração que se entrega a baladas de romantismo exacerbado como Além da Cama (Michael Sullivan e Carlos Colla), Faz Uma Loucura por Mim (Chico Roque e Sérgio Caetano) e a até então esquecida Metade de Mim (José Augusto e Paulo Sérgio Valle). É a cantora que atende prontamente o pedido dos fãs (em votação pela internet) para cantar Medo, tema populista de Roberta Miranda, lançado por Alcione no álbum Promessa (1992). Contudo, boa samaritana, a Marrom também oferece a outra face para bater em tipo de emoção mais refinada. É essa face que expõe a beleza de temas como Velho Barco (Reginado Bessa e Nei Lopes) - lado B do álbum Almas & Corações (1983) - e Quem Já Esteve Só (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro), música inédita que foi retirada do baú da Marrom neste ano de 2011 para ser incluída no repertório do CD e DVD Jam Session. Se O Poder da Criação (João Nogueira e Paulo César Pinheiro) expõe em cena toda a força de um grande samba, os boleros Todavía (Armando Manzanero) e Estate (Bruno Martino e Bruno Brighetti) reiteram a habilidade poliglota da cantora diplomada como crooner na escola da noite carioca dos anos 70 antes de ser projetada nacionalmente em 1975. E poucas cantoras conseguiriam alinhar lado a lado em roteiro um tema lírico do compositor angolano André Mingas (Pôr do Sol, parceria com Manuel Rui) e um samba erotizado como Meu Ébano (Nenéo e Paulinho Rezende) sem causar estranhamento na plateia. Alcione consegue. Com livre trânsito em todos os gêneros e estilos, a Marrom irmana samba-canção gravado nos anos 50 por Ângela Maria (Rua sem Sol, de Mário Lago e Henrique Gandelmann), canção francesa do repertório de Charles Aznavour (Comme Ils Disent) e sucesso do cantor paraense Ary Lobo (1930 - 1980), Evolução (J. Cavalcanti, Lino Reis e Aguiar Filho), de pegada nordestina. Entre a nostalgia melancólica de Cajueiro Velho (João Carlos, oportuna lembrança do álbum Morte de Um Poeta, de 1976) e a destreza do ótimo samba de breque Mulher Bombeiro (Ruy Quaresma e Nei Lopes), Alcione realça em interpretação polida o classicismo romântico de Sem Mais Adeus (Francis Hime e Vinicius de Moraes). Um dos mais fluentes shows da recente trajetória de Alcione nos palcos, Duas Faces harmoniza gêneros e emoções díspares pela voz potente da Marrom. Pena que, na estreia nacional, o show tenha tido fim estranho com a presença de Alcione sendo ofuscada pela entrada de ritmistas da bateria da escola de samba Mangueira após a apresentação do samba Verde e Rosa (Silvio César). O fim precisa ser mais ensaiado... Algo fácil de ser corrigido ao longo da turnê que vai expor para o Brasil as duas complementares faces musicais de Alcione". (Mauro Ferreira)