domingo, 15 de dezembro de 2013

Belíssimo Filme "Trem Noturno Para Lisboa"

Existem os filmes em que a história nasce das imagens e aqueles em que tema e relato são tão nobres que elas se tornam ilustrações de algo maior. A este tipo pertence "Trem Noturno para Lisboa".

O filme, dirigido pelo dinamarquês Bille August, carrega o peso das produções europeias de prestígio: é baseado num romance estimado do francês Pascal Mercier, tem no elenco as presenças veneráveis de Jeremy Irons e Charlotte Rampling e narra o episódio histórico da Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974.

Irons interpreta um velho e solitário professor que se encanta por um livro raro. Ao buscar os passos perdidos de seu autor, descobre um mundo marcado por heroísmos e traições, em que a paixão amorosa não se distingue do fervor político.

O ator Jeremy Irons (dir.) em cena do filme 'Trem Noturno para Lisboa

Ao acumular os papéis de leitor apaixonado e de narrador, o professor projeta na tela as experiências de descoberta que potencialmente a literatura oferece.

A matriz literária de "Trem Noturno para Lisboa", no entanto, é o que mais impede o filme de alçar voo. A devoção dos personagens ao livresco atrapalha sua encarnação na forma palpável das imagens e dos diálogos. E tudo fica aprisionado como numa vetusta biblioteca cujos volumes são tão admiráveis que evitamos tocá-los.

O que se vê em cena é fruto mais do trabalho bem cuidado de roteiristas, um material lapidado que nunca deixa de ser somente texto. Mesmo quando o filme busca enfocar o processo histórico do fim da ditadura de Salazar, o efeito é sempre o da leitura aplicada, bem-feita, porém sem brilho e, pior, sem vida. (Crítico da F.S. Paulo - Cássio Sterling Carlos)

Show da cantora Simone Bittencourt de Oliveira - Essa eu não perdi.

Ao lado de cinco instrumentistas, a cantora baiana sobe ao palco para celebrar os quarenta anos de carreira e o lançamento do disco É Melhor Ser. Com direção da atriz Christiane Torloni, a performance lista Mulher o Suficiente e Aquele Plano para Me Esquecer. Dias 8 e 9/11/2013.Teatro do Complexo Cultural Ohtake - São Paulo 
A baiana joga no mercado seu novo disco, “É Melhor Ser” (Biscoito Fino), produzido por Bia Paes Leme e arranjado pelo pianista Leandro Braga, com repertório baseado em canções que têm mulheres como compositoras, a maioria regravações – num universo de 13 faixas, apenas 3 são inéditas. Desta fornada de inéditas, a melhor é a feita em parceria com Zélia DuncanSó Se For“, elegante bolero calcado em piano e leve percussão. Piano, aliás, que domina a tocada do disco, quase sempre para o bem. A ótima regravação de “Descaminhos” (Joana / Sarah Benchimol), música que projetou nacionalmente a cantora Joana, em 1979, é outro acerto na escolha do repertório. Seguem o mesmo caminho de graça, a americanizada leitura de “Charme do Mundo” (Marina Lima / Antonio Cícero), “Vida de Artista“, canção de Sueli Costa e Abel Silva e a pulsante interpretação de “Mulher o Suficiente” (Alzira Espíndola / Vera Lúcia Motta), verdadeira recriação de um tema do repertório de Tetê Espíndola.
No mais, “É Melhor Ser” soa morno, deixando aquela impressão que conter pouca novidade, em que pese a ótima forma vocal de Simone, que continua cantando lindamente ao completar 40 anos de carreira. Faltou uma dose extra de pimenta no tempero da baiana.

Obs.: Não tem como conter as lágrimas ao ouvir "Cigarra" a cada show dessa intérprete maravilhosa.

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A cantora Simone