sábado, 25 de agosto de 2012

FRANÇOISE DOLTO - por quê ler "Os caminhos da educação"?

Livro: "Os caminhos da educação"

Ler Françoise Dolto hoje, nestes artigos e conferências reunidos nesse livro, é encontrá-la livre, admirável, contemporânea. É sentir a força de uma ética que impele a se dirigir a todos, pais e educadores, defendendo a causa das crianças e colocando as aquisições da psicanálise a serviço da educação.
Prática, ela nos fala das crianças que encontrou em sua vida profissional e privada, enfrentando a realidade, em situações familiares que afetam seu equilíbrio: a chegada do irmão caçula, a separação ou odivórcio dos pias, o filho adotivo, o luto, os castigos, a idade dos pais, como formar a consciência de nosssos filhos, o significado do dinheiro, do roubo, os perigos da educação religiosa, das mães que se encontram nos predisiários (Fleury-Mérogis), o fracasso escolar...
Atenta, ela no põe na escuta das palavras, dos gestos, dos comportamentos, dos sinais que traduzem os sofrimentos infantis. Ela defende que jamais os adultos, sobretudo os pais devem mentir às suas crianças. Sempre dizer a verdade. Isso ajudará muito a criança a lidar melhor com a dor e o sofrimento.
Lembra-nos que a criança é "um ser linguagem, e que muitas das dificuldades encontram sua solução quando lhe são explicadas no momento adequado de seu desenvolvimento".

"Educar é suscitar a inteligência, as forças criativas de uma criança, dando-lhe também seus próprios limites, de modo que ela se sinta livre para pensar, sentir e julgar diferentemente de nós mesmos, ao mesmo tempo nos amando".


Livro  da editora Martins


"A ética do humano, na medida do seu desenvolvimento, leva-o a identificar-se com todos os seres da criação. A ética não é a moral. A moral é um código de comportamento; a ética sustenta uma intenção na sua mira, ela é o desejo e o sentido que dele decorre. A moral, seja ela aplicada de forma agradável ou desagradável, seja ou não nociva para outrem, provém depulsões. A ética é assunto do sujeito, a moral é assunto do ego; o sujeito funda-se sobre o simbólico, enquanto que o ego está no imaginário, está a serviço do funcionamento."