Pavel Friedmann (de 1922 a 1944) - seus poemas e desenhos (também feitos pelas próprias crianças) evidenciam a recordação dos lares perdidos e da infância que lhes foi roubada, a saudade, assim como a amargura de terem sido arrancada de sua vida normal e a espera por dias melhores. Pavel escreveu:
A Borboleta
A última, mais do que última,
Cheia de vida e brilho, cheia de encanto amarelo.
Talvez se as lágrimas do sol pudessem cantar
E correr sobre a pedra branca...
E que, que amarelo!
Foi carregada levemente para o alto
Foi-se embora, eu tenho certeza, porque desejava
beijar o mundo pela última vez.
Há sete semanas eu vivo aqui.
Tristemente dentro desse gueto.
Mas eu encontrei minha gente aqui.
As flores me chamam
E os galhos floridos das castanheiras no campo.
Só que eu nunca mais vi outra borboleta.
Aquela borboleta foi a última.
Borboletas não vivem aqui,
No gueto.

Pavel faleceu em Auschwitz.
Razões para o extermínio das crianças:
parte da “luta racial” e medida de prevenção; assassinato de 1,5 milhões de crianças das quais 1 milhão eram judias e dezenas de milhares ciganas e crianças alemãs que apresentavam alguma deficiência física ou mental; os cinco destinos das crianças judias e não-judias: (1) assassinato nos campos de extermínio, (2) mortes de recém-nascidos nos guetos e campos de concentração, (3) crianças que nasciam nos campos e guetos e sobreviviam porque eram escondidas, (4) maiores de 12 anos eram usadas como escravas ou em experiências médicas, (5) crianças mortas por represálias nazistas; crianças morriam de fome nos guetos; ao chegarem nos campos de concentração eram mandadas direto para as câmaras de gás; Janusz Korczak; adolescentes forçados ao trabalho escravo; crianças com características “arianas” raptadas e enviadas para serem criadas por famílias alemãs; Kindertransport.
Segundo Nelson Mandela, ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.
A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca (...). Paulo Freire

Piet Mondrian (1872-1944)
The Grey Tree, 1912
The Grey Tree, 1912