sábado, 27 de agosto de 2011

XX Jornada Interdisciplinar Sobre o Ensino da História do Holocausto

Particpei desse evento "Licões da Shoah - Um legado para a humanidade", no dia 27 de agosto de 2011 - Local: Memorial da Amércia Latina - Auditório Simón Bolívar. Debates e reflexões sobre holocausto, nazismo, antissemitismo: mutações e legados para o século XXI;  a arte como instrumento de memória; lições de Edith Stein: viver como cristã e morrer como judia; narrativa da barbárie: estratégias de leitura; e depoimentos de sobreviventes.

Pavel Friedmann (de 1922 a 1944)  - seus poemas e desenhos (também feitos pelas próprias crianças) evidenciam a recordação dos lares perdidos e da infância que lhes foi roubada, a saudade, assim como a amargura de terem sido arrancada de sua vida normal e a espera por dias melhores. Pavel escreveu:

 A Borboleta

A última, mais do que última,
Cheia de vida e brilho, cheia de encanto amarelo.
Talvez se as lágrimas do sol pudessem cantar
E correr sobre a pedra branca...

E que, que amarelo!
Foi carregada levemente para o alto
Foi-se embora, eu tenho certeza, porque desejava
beijar o mundo pela última vez.

Há sete semanas eu vivo aqui.
Tristemente dentro desse gueto.
Mas eu encontrei minha gente aqui.
As flores me chamam
E os galhos floridos das castanheiras no campo.
Só que eu nunca mais vi outra borboleta.

Aquela borboleta foi a última.
Borboletas não vivem aqui,
No gueto.





Pavel faleceu em Auschwitz.

Razões para o extermínio das crianças:
 parte da “luta racial” e medida de prevenção; assassinato de 1,5 milhões de crianças das quais 1 milhão eram judias e dezenas de milhares ciganas e crianças alemãs que apresentavam alguma deficiência física ou mental; os cinco destinos das crianças judias e não-judias: (1) assassinato nos campos de extermínio, (2) mortes de recém-nascidos nos guetos e campos de concentração, (3) crianças que nasciam nos campos e guetos e sobreviviam porque eram escondidas, (4) maiores de 12 anos eram usadas como escravas ou em experiências médicas, (5) crianças mortas por represálias nazistas; crianças morriam de fome nos guetos; ao chegarem nos campos de concentração eram mandadas direto para as câmaras de gás; Janusz Korczak; adolescentes forçados ao trabalho escravo; crianças com características “arianas” raptadas e enviadas para serem criadas por famílias alemãs; Kindertransport.

Segundo Nelson Mandela, ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender; e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.

A consciência do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca (...). Paulo Freire
 
Piet Mondrian (1872-1944)
The Grey Tree, 1912

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O que é um livro? Jorge Luis Borges

"Pegar um livro e abri-lo guarda a possibilidade do fato estético. O que são as palavras dormindo no livro? O que são esses símbolos mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrimos? Simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se lemos acontece algo especial, creio que muda a cada vez".

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Gostei muito. Indico a leitura "O Físico - a epopéia de um médico medieval (Noah Gordan)

Você vai mergulhar nessa história mágica e delirante.
Inglaterra, século XI. Numa era que primou pelo obscurantimo e brutalidade nos usos e costumes, um jovem, órfão de pai e mãe, dotado de um dom quase místico de curar, luta por um ideal: sobreviver e aprimorar seus conhecimentos a qualquer preço. Ambicioso, ele parte das ruas miseráveis de Londres para o esplendor e a sensual efervescência da Pérsia, onde começaram a surgir as primieras descobertas da Medicina. O Físico é curioso e divertido painel de primórdios dessa ciência fascinante. É também a história de um homem para quem o saber e o bem estar da humanidade vêm em primeiro lugar.
Só lamento pelo título não ser "O Médico".
Meu agradecimento à amiga Noely pela indicação e empréstimo do livro.


 O FISICO     Editora Rocco.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amiga para sempre

Essa semana inicia-se uma nova etapa de uma grande amiga, que se chama Noely. Está preste a se aposentar do quadro dos profissionais de educação do Município de São Paulo. Uma amizade que já dura 19 anos. Tenho o privilégio de lembrar quando iniciamos nosso trabalho no ano de 1993. Dois geógrafos demarcando espaços para encontros afetuosos, que marcariam mais tarde nossas memórias. No espaço de convivência, Noely destacava-se pela sua irreverência, energia, ideias, sorrisos e afetos. Às vezes, compartilhava no nosso cotidiano de trabalho, a visita do pequeno filho Caio. Da sua presença. já podia esperar o quanto de alegria esse pequeno traria ao futuro.
Noely irá afastar-se devargarinho do seu ofício de Coordenadora Pedagógica para torna-se, o que ela considera, Palhaça da Vida. Continuará sendo alegre como sempre demonstrou a tantos professores, coordenadores e diretores. Espalhará nessa nova trajetória alegrias estampadas dos circos que fizeram partes de nossas brincadeiras, imaginações, criações, quando éramos pequenos.
Espero, seja dentro da lona de circo ou fora dele, receber ingresso dessa nova Palhaça, para ver seus olhos grandes, nariz vermelhão, boca com contorno de flor, calça folgadas e cheios de objetos para fazer peraltagens com seus sapatos grandes que não matam nenhuma pulga.
Sentirei sua falta, tão breve, nos encontros de formação de coodenadores pedagógicos.
Parabéns pelo seu aniversário  - 02 de agosto.

Beijo para nunca tirar a maquiagem da Palhaça.
Amiga para sempre!




De Jean Carlo